Desenvolvimento Econômico, Humano e Meio Ambiente

   SUMÁRIO  

Economia com foco socioambiental

O papel da economia em temas ligados à sustentabilidade tem sua importância ampliada, indo além das análises e apontando soluções por cruzamento de dados. É com esse propósito que atua o Grupo de Pesquisa Desenvolvimento Econômico, Humano e Meio Ambiente (GDEHMA), liderado pelos pesquisadores Izete Bagolin e Osmar Tomaz de Souza.

Para estimar os benefícios sociais, econômicos e ambientais provenientes da gestão de resíduos sólidos urbanos, a equipe desenvolveu um estudo iniciado pelo Rio Grande do Sul, mas que pretende alcançar todo o País. Quanto se pode economizar por tonelada de lixo, se houver a gestão adequada dos detritos, seguindo preceitos como redução, reutilização, reciclagem? Essa pergunta impulsiona as atividades. A reciclagem, primordial neste trabalho, torna possível mostrar a existência real dos benefícios. A potencialidade total de material no RS foi estimada em R$ 12,7 milhões. Porém, atualmente, do volume de 1,6 milhão de toneladas de lixo produzido por ano, apenas 31% vão para aterros controlados. A situação se agrava com o levantamento que apresenta somente 53 municípios gaúchos, dentre 240 respondentes, informando a existência de trabalho social com catadores vinculados à prefeitura. Esse dado não contribui para a realidade almejada pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2010, que determina a extinção de lixões até 2014, com destino adequado ao lixo seco. A pesquisa tem como próximos desafios aprimorar a metodologia de estimação, o que pode representar um incentivo à produção com uso de materiais recuperados ou reciclados pela indústria e a indicação de modelos integrados de gestão de resíduos.

Outra linha de atuação do grupo aborda a construção de indicadores multidimensionais, tendo como base a metodologia usada no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O objetivo principal é a obtenção de um indicador que mensure o desenvolvimento socioeconômico e ambiental rural para os estabelecimentos agropecuários da Região Sul do Brasil. Futuramente será gerado um ranking de municípios, detalhando as informações coletadas nos censos, tornando-o um instrumento de tomada de decisão para governos e iniciativa privada.