O Grupo de Pesquisa em Famacologia Aplicada: Caracterização de Mecanismos Envolvidos na Dor, Inflamação e Câncer, vinculado ao Instituto de Toxicologia da PUCRS, organiza suas ações a partir de cinco linhas de investigação. Atualmente, a equipe, coliderada pelas professoras Maria Martha Campos e Fernanda Bueno Morrone, concentra suas atividades em dois temas: prurido (coceira) e doenças crônicas.
Um dos alvos dos pesquisadores é identificar novas alternativas para tratar dores de diferentes tipos, provocadas por enfermidades recorrentes, como fibromialgia e neuropatias decorrentes do diabetes, quimioterapia ou traumas. Entendendo o processo das doenças, eles pretendem detectar fármacos específicos ou possíveis combinações de medicamentos para atenuar os efeitos da dor, principalmente nos casos em que as prescrições tradicionais não se mostraram eficazes. Esse trabalho alinha-se à portaria 1.284 do Ministério da Saúde, divulgada em 2010, incentivando a ampliação de pesquisas em doenças crônicas não infecciosas. O documento ressalta a necessidade de o País investir em terapias inovadoras, de baixo custo e com menos efeitos colaterais para males como diabetes, depressão, psoríase ou lúpus.
O estudo do prurido, de distintas origens, é um tema emergente na ciência, e destaca o grupo como um dos principais a abordá-lo no Brasil. Em 2012, os pesquisadores tiveram um artigo publicado no PAIN Journal, referência internacional no tema. Atualmente, os projetos nesse segmento envolvem: a) a avaliação de vias de sinalização intracelular implicadas na coceira; b) as alterações na expressão de receptores ao nível espinhal e supraespinhal; c) estudos em toxinologia, apoiados pela Capes e em parceria com a UFMG, focados nos efeitos antipruritogênicos de toxinas da aranha armadeira (Phoneutria nigriventer). Outros projetos em andamento visam ao uso dessas toxinas para tratar doenças como câncer e a cistite hemorrágica.