Localizar alternativas energéticas e estudar formas de antever ocorrências nocivas ao meio ambiente estão entre os objetivos do Grupo de Pesquisa Tecnologias para Mitigação de Impactos Ambientais, liderado pelo geólogo João Marcelo Ketzer e coliderado pela professora Sandra Einloft.
Para encontrar reservas de gás não convencionais, os investigadores trabalham em diferentes frentes. Por meio do Projeto Conegas, em parceria com a Petrobras, são realizadas missões marinhas no Oceano Atlântico em busca de hidratos de gás. A atividade ocorre desde 2011, a 200 km da costa do Rio Grande do Sul, na Bacia de Pelotas. Após três expedições tripuladas e o uso de um submarino-robô, que gerou imagens digitais do fundo do oceano, o próximo passo é o levantamento eletromagnético do local.
Em terra, no município de Triunfo, região carbonífera do RS, investigam-se jazidas de gás natural. Outro alvo das pesquisas é a Gaseificação In Situ, com a combustão do carvão em áreas profundas do solo para obter um gás combustível rico em hidrogênio. Por fim, o projeto Shale Gas (gás natural produzido a partir de folhelhos), em elaboração, pretende avaliar o potencial dessa fonte energética em bacias sedimentares do Brasil.
O armazenamento de carbono, característica originária do grupo, é foco de três projetos conjuntos: Pré-Sal, Ressacada e Traçadores. PUCRS, UFSC e Petrobras estudam vazamentos controlados de dióxido de carbono em solos que sirvam como analogia para estudos de remediação e monitoramento ambiental. A meta é medir a performance de detecção de CO2 por equipamentos, e a utilização de traçadores (elementos químicos injetados junto com o CO2 para sua identificação), monitorando a vegetação, a água, o solo e o ar.
Para melhor aproveitamento dos recursos da camada de petróleo pré-sal, a equipe está atuando no projeto Geoquímica do Pré-Sal. A proposta é verificar se o CO2 extraído junto com o combustível fóssil e injetado novamente no local não causará danos ao reservatório. A investigação visa detectar o comportamento das rochas – e futuramente de materiais como aço e cimento – a partir de testes com modelagem numérica e experimental, simulando as condições de pressão existentes a 7km de profundidade.