Biodiversidade e Ecossistemas de Campos e Florestas da Mata Atlântica

   SUMÁRIO  

Imersão nos remanescentes da Mata Atlântica

A Mata Atlântica, um dos biomas mais extensos e degradados do Brasil, está presente também no Rio Grande do Sul. O Estado conta com um remanescente de 7,48% em relação à cobertura original, e parte desse percentual refere-se à área do Centro de Pesquisas e Conservação da Natureza Pró-Mata, onde atua o Grupo de Pesquisa Biodiversidade e Ecossistemas de Campos e Florestas da Mata Atlântica.

Dentre os estudos realizados na reserva mantida no município de São Francisco de Paula, um deles propõe unir biodiversidade e biotecnologia. O professor Claudio Mondin, líder do grupo, coordena uma pesquisa que investiga a diversidade de micro-organismos que habitam as cisternas de bromélias, bem como a sua interação metabólica com o vegetal hospedeiro. Também analisa a degradação de resíduos industriais, usando fungos e outros micro-organismos (fitotelmos) coletados da água acumulada nas folhas das bromélias. Estas plantas, abundantes na região, carecem de investigações mais aprofundadas.

No campo da bioprospecção, os pesquisadores buscam fitoquímicos em espécies de Baccharis (gênero botânico composto por arbustos e pequenas árvores) com potencial medicinal e aromático. O trabalho inclui as Faculdades de Engenharia, Biociências e de Farmácia da PUCRS. Outro projeto, envolvendo o Instituto de Pesquisas Biomédicas da Universidade e IES nacionais, procura novos elementos fitoterápicos para o tratamento terapêutico da tuberculose. O levantamento das espécies de fauna e flora existentes no Pró-Mata compreende o terceiro foco de ação: a educação ambiental. Docentes, graduandos e pós-graduandos têm acesso aos dados e ao aprendizado in loco ou pelo site do Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (IMA) da PUCRS. Na sede do Centro de Pesquisas, aberta a visitações acadêmicas, hospedagem e estudos orientados, existem mais de 60 placas interpretativas e informativas sobre a biota ali existente, além de painéis com dados ecológicos, geográficos e geológicos.

Projetos acadêmicos e socioambientais, abrangendo escolas da rede pública de São Francisco de Paula, são mantidos por meio de convênios com o Instituto HSBC Solidariedade.