A imagem de Cristo na manjedoura é um ícone tão representativo para a paz quanto a pomba branca do Espírito Santo. Simbologias historicamente consagradas contribuem para traduzir o comprometimento do cristianismo com a paz, além de reforçar a necessidade de uma responsabilidade preventiva da Igreja na resolução de conflitos, defende o professor Erico Hammes, coordenador do Grupo de Pesquisa Cristologia no Contexto Latino-Americano Atual.
As distintas formas de violência no Brasil, como acidentes de trânsito, mortes por motivos torpes e drogadição, fazem anualmente mais de 100 mil vítimas, conforme dados do governo federal. A resposta da sociedade, normalmente, é adotar soluções como a segurança privada, ampliando a cultura da violência. Para fortalecer a importância e o compromisso da Igreja frente a essa adversidade, os estudos do grupo se concentram em questões de comportamento e de educação, visando à promoção do Evangelho para a conscientização das pessoas. Isso pode ocorrer tanto em celebrações, quanto em encontros formativos e, também, junto a comunidades conflitadas.
Um dos projetos de pesquisa pretende realizar o mapeamento da paz em Porto Alegre (RS), detectando iniciativas do governo, das escolas e do terceiro setor, em favor de uma cultura de paz. Já se conhecem ações de desarmamento, de justiça restaurativa e de conscientização de jovens para não dirigirem alcoolizados, mas falta uma visão de conjunto.
Entre os futuros trabalhos está a produção de um livro sobre cristologia, com uma perspectiva de paz a partir do Brasil. A obra pode ser articulada em três eixos: Jesus e sua mensagem; o reinado de Deus; e Espírito Santo.
O grupo está integrado ao Fórum Mundial de Teologia e Libertação, oriundo do Fórum Social Mundial. Também realiza trabalhos em parceria com o Grupo Teologia e Sociedade e com o Grupo de Estudos de Paz, das Faculdades de Teologia e de Serviço Social da PUCRS, respectivamente.