Aproximar Emmanuel Levinas, Theodor Adorno e Jacques Derrida é algo considerado improvável por muitos acadêmicos. No entanto, o Grupo de Pesquisa Ética, Contemporaneidade e Desconstrução: Críticas Filosóficas da Violência assumiu o desafio e tem obtido sucesso ao entrelaçar os pensamentos desses três autores do campo da ética. De uma maneira muito singular, as referências dos três ícones têm contribuído para fundamentar dissertações e teses acerca da crítica filosófica à violência biopolítica.
Conforme o líder dos estudos, professor Ricardo Timm de Souza, unir filósofos de escolas tão diferentes representa um ineditismo na forma de trabalhar a temática, além de permitir interfaces com outras escolas e linhas de pensamento filosófico e literário, entre eles Rosenzweig, Bloch, Benjamin, Bergson e Kafka. As três linhas de pesquisa do grupo contemplam: a) o estudo do pensamento de Levinas, Adorno e Derrida de um ponto de vista estritamente filosófico; b) o aprofundamento de questões da Ética da Alteridade, da Dialética Negativa e da Desconstrução em sua relação com outros aspectos da cultura e da ciência contemporâneas, especialmente as áreas do Direito, da Psicanálise e da Literatura; e c) o desenvolvimento de interfaces entre a Ética da Alteridade, a Dialética Negativa e a Desconstrução derridiana e a Estética contemporânea.
A transversalidade do tema central atrai mestrandos e doutorandos das áreas da filosofia, direito, letras, psicologia, psicanálise, teologia e medicina. O grupo, com membros de cerca de dez diferentes universidades em todo território nacional, consolidou-se a partir da confluência de grupos anteriores, e solidificou-se nos últimos dez anos. Tem como produção, até o momento, cerca de 20 dissertações, oito teses, inúmeros artigos e capítulos de livros e cerca de 30 livros autorais e organizados, como, por exemplo, Alteridade e Ética (Edipucrs, 2008), organizado por André Brayner de Farias (UCS/PUCRS), Marcelo Fabri (UFSM) e Ricardo Timm de Souza (PUCRS).