A História é a ciência dos homens (e das mulheres) no tempo, disse o grande historiador Marc Bloch. Não qualquer tempo, mas o tempo histórico, aquele que nos atravessa desde o momento do nosso nascimento até o último suspiro. São as interações humanas no tempo que nos dotam de identidade, transmitem saberes e condicionam nossos modos de estar neste mundo. O convívio de homens e mulheres no tempo, no entanto, não é destituído de relações de poder, de conflitos, de lutas, de perdas e ganhos. A vida humana é agitada.
A principal contribuição da História é reunir as inúmeras experiências vividas dotando-as de sentido para melhor compreensão de nós mesmos e do legado que nos foi deixado por gerações anteriores à nossa. Para que serve à História? Ah, esta pergunta também terá respostas variadas de acordo com o tempo vivido. Desde os anos de 1970, com a terceira vaga democrática e as últimas independências dos países da África e Ásia, a questão dos direitos humanos e da democracia se tornaram basilares para esse mundo cada vez mais interconectado. Os historiadores de hoje, sensíveis às demandas societárias, renovaram seus objetos, problemas de pesquisa e fontes analisadas tendo a defesa da democracia e dos direitos humanos como seu tema transversal.
E a capacidade da História em ser ciência? A História construiu a partir do final do século XVIII métodos objetivos, com uso de fontes, aparato conceitual e avaliação pela comunidade científica. A História, disciplina, ciência, não é opinião. Ela produz assertivas validadas pelos indícios trazidos pelas fontes, pelo conhecimento acumulado e pela comunidade científica. Neste dia dos historiadores, registramos a importância da História como conhecimento científico para a vida humana dentro dos valores da democracia e dos Direitos Humanos. E parabenizamos nossa comunidade científica pela construção de Programas de Pós-Graduação em História de excelência em todas as regiões deste país. Viva a ciência! Viva a democracia! Viva a História!