Descrição
Inserida nos vinte e cinco séculos de nossa tradição ocidental, a história da história pode ser cuidadosamente escrita, desde a época de fundações pelos cidadãos da polis grega, até os debates atuais da nossa historiografia. Ao fazermos este itinerário, tomamos consciência de que a história, mesmo sendo escrita por indivíduos, está sempre voltada para a comunidade dos historiadores. Percebemos igualmente uma especificidade da história, ou seja, a sua real continuidade ao longo dos tempos, a sua unidade predominando sobre a sua pluralidade, a recorrência de seus métodos e de suas problemáticas.
Aparece, claramente, que a história é filha de seu tempo, exprimindo as preocupações, os sonhos, os limites e as possibilidades de cada uma das gerações de historiadores e do momento histórico no qual se inserem. Admitimos hoje sem preconceitos que ser historiador e escrever sobre o passado pode eventualmente evidenciar a nossa subjetividade, mas sobretudo informa, analisa e explica o passado e sua própria época. A geração de Lucien Febvre sabia muito bem que o presente e o passado são sempre indissociáveis.