Descrição
“É a partir de Vargas que o Estado emerge como protagonista do processo de modernização da sociedade e como o principal mediador dos interesses sociais em disputa, por meio da ampliação das suas funções; da adoção do modelo corporativista; do investimento na industrialização, com a substituição de importações; e da criação de uma política social que requalificaria a concepção de cidadania até então vigente. Na memória que circula socialmente sobre Vargas, é recorrente a rememoração do seu governo como um período de conquistas sociais, em especial, para os trabalhadores urbanos, cujo símbolo máximo seria a Consolidação das Leis do Trabalho (1941). Por outro lado, o Estado Novo também foi um Estado de exceção, fortemente marcado pelo uso irrestrito da violência política e de censura.” “Diante da inegável importância do Estado Novo para a História pátria e em diálogo com experiências congêneres, reunimos especialistas dedicados ao período para um debate sobre a emergência do autoritarismo no mundo ibero-americano, em um diálogo com outros países da América do Sul e com Espanha e Portugal. Trata-se, portanto, de revisitar as experiências autoritárias dos anos de 1930 e 1940, fortemente ancoradas no nacionalismo e na construção de modelos alternativos às ideologias clássicas (liberalismo e socialismo). Assim, essa coletânea é fruto das reflexões de historiadores brasileiros, sul-americanos e europeus em torno da efeméride do Estado Novo e de experiências congêneres. Datas comemorativas são momentos de rememoração e, portanto, de atualização do passado no presente.”