Itiner�rios de leitura para as s�ries iniciais � base de conhecimentos
Folha de rosto 1 Mapa 2 Entrada 3 Trilha 4 Atalhos para a sa�da 5 Base de conhecimentos

3 Trilha

Agora que voc� j� conhece o m�todo Brincar de ler, chegou a hora de receber todas as orienta��es necess�rias para coloc�-lo em pr�tica em sua pr�pria realidade. Como vimos, a metodologia pressup�e cinco etapas, baseadas no c�rculo hermen�utico defendido por Paul Ricoeur: Est�mulo l�dico, Leitura, Reflex�o sobre a leitura, Atividade criativa e Desfecho l�dico. Entretanto, antes de elaborar uma unidade de trabalho conduzida pelo m�todo, ou seja, guiada pelas cinco etapas por ele previstas, voc� necessita planejar a aplica��o, levando em conta o per�odo, o eixo tem�tico e a continuidade do trabalho em sala de aula. Por isso, ao trilhar esse novo e promissor caminho para a forma��o de leitores nas s�ries iniciais, voc� n�o dar� apenas cinco passos, cada qual correspondente � efetua��o das cinco etapas do m�todo. Tr�s passos anteriores devem ser dados para que o m�todo realmente funcione, ou seja, para que voc� alcance com sucesso o final dessa trilha.

Primeiro passo: estabelecer o per�odo de aplica��o do m�todo.

Todo o trabalho com a literatura infantil em sala de aula necessita n�o apenas de um m�todo, mas tamb�m de um planejamento que envolva a aplica��o desse m�todo durante um per�odo pr�-estabelecido. Desse modo, para criar a sua unidade de trabalho com a literatura infantil em sala de aula, a partir do m�todo Brincar de ler, valendo-se do leque de sugest�es de leitura e de atividades presentes na Base de conhecimentos, o primeiro passo a ser seguido � planejar sua aplica��o. Voc� deve estabelecer, pelo calend�rio, um per�odo para colocar o m�todo em pr�tica. O ideal � que os alunos se envolvam com atividades de leitura liter�ria durante todo o ano letivo. Assim, organizar o calend�rio significa pensar na aplica��o constante do m�todo. O planejamento pode abranger um m�s, um trimestre, um semestre ou mesmo um ano, se poss�vel. Ap�s ter estabelecido o prazo, reserve um per�odo semanal de, no m�nimo, uma hora e meia, para a aplica��o de cada atividade de leitura, ou seja, de cada sess�o guiada pelo m�todo, junto aos alunos. Uma hora e meia corresponde ao tempo m�nimo necess�rio para o m�todo ser trabalhado em todas as suas cinco etapas de maneira produtiva.

Segundo passo: selecionar as unidades tem�ticas.

Buscando facilitar esse planejamento e intensificar o benef�cio da literatura de ampliar o conhecimento de mundo pelo leitor, ressaltamos a import�ncia da escolha de um tema para conduzir a aplica��o do m�todo. Por isso, o pr�ximo passo a ser seguido � delimitar as unidades tem�ticas, pr�prias do tema aqui apresentado, que conduzir�o cada sess�o de aplica��o do m�todo durante o per�odo pr�-estabelecido. A falta de experi�ncia da crian�a, devido � sua pouca idade, aumenta a necessidade da busca pela descoberta do eu e do ambiente em que vive, que se inicia na fam�lia e depois se estende � escola e � realidade circundante. A literatura, conduzida por um eixo tem�tico gradativo, que tem como foco justamente a descoberta de si e do mundo pela crian�a, amplia e organiza a vis�o de mundo infantil, auxiliando o pequeno a preencher as lacunas resultantes de sua restrita experi�ncia de vida.

Sugerimos, portanto, que voc� siga tal progress�o, respeitando a ordem �de dentro para fora�, o que significa iniciar a aplica��o do m�todo pela unidade tem�tica da identidade, ponto de partida para a autocompreens�o, passando, gradativamente, por outras quest�es internas, n�o menos importantes, como segredos, desejos, gostos, problemas e medos, at� alcan�ar a primeira forma de socializa��o do pequeno, ou seja, as rela��es familiares, que se ampliam na amizade, na vida na escola e, finalmente, d�o acesso � descoberta do mundo sob diferentes �ngulos. Tais unidades, contudo, podem, quando necess�rio, ser desmembradas em mais de uma sess�o, de forma a contemplar uma busca enriquecedora do entendimento de si e do mundo por meio da leitura liter�ria. Fam�lia, por exemplo, pode merecer cinco sess�es, sendo dividida em m�e, pai, irm�o, av�s e conceito familiar como um todo. Medo, por sua vez, tamb�m pode ganhar mais sess�es, atendendo a temores imagin�rios e �queles pr�prios do contexto real. Qualquer unidade, portanto, pode ser trabalhada em mais de um encontro, ampliando a variedade de apropria��es de sentido, atrav�s da leitura liter�ria, que o aluno pode efetivar em torno do tema.

Assim, de acordo com o n�mero de sess�es previstas para a aplica��o do m�todo dentro do prazo pr�-estabelecido, voc� deve selecionar as unidades tem�ticas. Caso seja poss�vel repetir uma ou mais unidades, eleja-as a partir das necessidades e do perfil de seus alunos. Caso o per�odo pr�-estabelecido n�o comporte as dez unidades tem�ticas previstas, elimine aquela ou aquelas que prejudiquem o menos poss�vel tal progress�o. Ressaltamos, entretanto, que o ideal � obedecer �s dez unidades tem�ticas, permitindo aos alunos perfazerem gradativamente o caminho da descoberta de si e do meio por entre a leitura da literatura. Diante dessa sele��o, voc� pode, enfim, usufruir da Base de conhecimentos para elaborar cada atividade de leitura guiada pelo m�todo proposto.

Terceiro passo: elaborar a sess�o de aplica��o do m�todo, partindo da escolha da obra liter�ria.

A lista de sugest�es de leitura presente na Base de conhecimentos est� dividida de acordo com as unidades tem�ticas oferecidas. Ao escolher e localizar na lista o tema a ser trabalhado na sess�o a ser criada, voc�, automaticamente, tem a seu dispor uma gama de obras liter�rias correspondentes, ou seja, que abordam o tema escolhido, classificadas por g�neros, quais sejam: narrativa, poema, teatro, livro de imagem e livro-jogo. Determinadas unidades tem�ticas n�o conseguem dispor de obras em todos os g�neros discriminados. Afinal, infelizmente, n�o temos condi��es de esgotar nessa lista todas as obras liter�rias para a inf�ncia que se prestam a cada tem�tica oferecida. Priorizamos elencar todos os livros que trabalhamos nos diferentes espa�os escolares durante a aplica��o do m�todo at� a elabora��o desse trabalho. Nada impede, portanto, que voc� escolha uma obra liter�ria que n�o esteja presente em nossa listagem, por�m que se encaixe perfeitamente em um dos temas e g�neros propostos.

Considerando o conceito de narrativa como a arte de contar hist�rias, fict�cias ou n�o, situadas em um tempo e um espa�o determinados, envolvendo uma ou mais personagens, enquadramos, dentro desse g�nero, mitos, lendas, f�bulas, ap�logos, contos, novelas e cr�nicas direcionadas ao p�blico infantil, bem como narrativas infantis movidas por uma estrutura repetitiva, popularmente conhecidas como narrativas em lenga-lenga. Independente da estrutura, do conte�do e da extens�o das obras listadas, todas t�m em comum um enredo, com in�cio meio e fim, conduzido por um foco narrativo. Por foco narrativo, entendemos o ponto de vista do narrador, ou seja, a perspectiva atrav�s da qual os acontecimentos de uma hist�ria s�o narrados.

Em poema, encontram-se as obras po�ticas infantis em suas diferentes apresenta��es, dotadas, geralmente, de versos, estrofes, rimas e ritmos, que sustentam imagens e combina��es inusitadas de palavras. Por isso, livros que abarcam poemas visuais, haicais, trava-l�nguas, acalantos, parlendas, adivinhas, jogos populares e cantigas tamb�m est�o armazenados nessa categoria, uma vez que, seja pela sua estrutura ou pela sua sonoridade, pertencem ao g�nero po�tico infantil.

J� em teatro, est�o reunidas as obras dram�ticas, ou seja, as pe�as teatrais infantis, entendidas como narrativas escritas para serem encenadas. Independente do conte�do, apresentam uma estrutura comum, na qual as personagens dialogam, encarregadas de moverem a trama, como se estivessem no palco, encenando atrav�s dos atores. Algumas vezes, o narrador introduz e, inclusive, complementa a hist�ria. A categoria livro de imagem, por sua vez, engloba as narrativas visuais, ou seja, as hist�rias infantis constru�das somente por meio de imagens, sem o emprego da linguagem verbal. As ilustra��es assumem, pois, a fun��o narrativa. No entanto, como alerta Lu�s Camargo(7), (7) CAMARGO, Lu�s. Para que
serve um livro com ilustra��es?
In: JACOBY, Sissa. A crian�a
e a produ��o cultural:
do brinquedo � literatura.
Porto Alegre: Mercado Aberto,
2003.
o livro de imagens nunca se apresenta ao leitor apenas atrav�s de ilustra��es. Na pr�pria capa, em geral, a arte visual j� vem acompanhada do t�tulo da obra e do nome do escritor, informa��es verbais que se projetam sobre as imagens, interferindo na sua leitura.

Por fim, em livro-jogo, est�o agrupadas as narrativas interativas. Nessas obras, divididas, em geral, por cenas, o narrador descreve as situa��es, cabendo ao leitor decidir os passos a serem seguidos pela personagem, diante das op��es apresentadas ao final de cada cena. Isso � poss�vel a partir da estrutura peculiar desse tipo de narrativa. As cenas s�o numeradas, mas o enredo da hist�ria n�o segue essa sequ�ncia. Ao final de cada cena, o narrador apresenta as possibilidades de continuidade da hist�ria, cada uma delas remetendo a uma p�gina diferente, cabendo ao leitor escolher o caminho a ser seguido. Cada leitura torna-se, assim, uma experi�ncia completamente diferente, evidenciando a pluralidade de perip�cias e de desfechos presentes numa �nica obra.

Quarto passo: selecionar uma atividade para o Est�mulo l�dico.

Escolhidos o tema e a obra a ser lida na sess�o a ser criada, voc� parte para a elabora��o da primeira etapa, que constitui o m�todo Brincar de ler, o Est�mulo l�dico, a partir do leque de op��es dispon�vel na Base de conhecimentos. Selecione uma atividade oferecida em uma das nove categorias dispon�veis, quais sejam: Recursos orais, Recursos escritos, Recursos visuais, Recursos escritos e visuais, Recursos sonoros, Recursos sonoros e visuais, Recursos corporais, Recursos sonoros e corporais e Recursos artesanais, de acordo com o tema e a obra em foco.

Lembrando que nessa etapa preparamos o aluno para ingressar no universo proposto pela obra a ser lida, a atividade eleita deve enfatizar a tem�tica presente na obra e, ao mesmo tempo, respeitar, destacar e dialogar com o g�nero ao qual pertence. Desse modo, se a obra escolhida compete ao g�nero po�tico, a atividade de Est�mulo l�dico, al�m de estar de acordo com o tema da obra, deve estar relacionada com as peculiaridades da literatura em versos, salientadas, sobretudo, nas categorias Recursos sonoros e Recursos sonoros e corporais. Isso n�o impede que as outras categorias venham a oferecer atividades que podem estar de acordo com o tema e a obra eleitos. O que � importante salientar � que n�o podemos aliar a uma obra po�tica, por exemplo, uma atividade de est�mulo que enfatize elementos estruturais da narrativa, ou aliar a uma obra que enfoque a tem�tica medos uma atividade relacionada ao tema do ambiente escolar. A coer�ncia entre o tema e o g�nero da obra escolhidos com as atividades selecionadas � fundamental para que o m�todo seja colocado em pr�tica com efici�ncia, de maneira a cumprir seu objetivo de aproximar obra e leitor.

A categoria Recursos orais � regida pela fala, abrangendo atividades orais, como a brincadeira popular do �telefone sem fio�, ou mesmo atividades que envolvem a leitura seguida por uma a��o oral, como quando cada um retira de uma caixa uma atividade artesanal, comentando-a com a turma. Recursos escritos tem como foco o registro escrito, agrupando atividades, como o jogo popular infantil da �forca�. Recursos visuais, por sua vez, enfatiza a imagem, disponibilizando atividades nas quais os alunos exercitam a ilustra��o, como quando desenham a capa da obra a ser lida a partir do conhecimento do t�tulo.

A categoria Recursos escritos e visuais, como o pr�prio nome indica, re�ne atividades que mesclam a escrita e a imagem, como a cria��o de uma personagem, ilustrando-a no papel e escrevendo ao lado dados pessoais. Em Recursos sonoros, o som ganha destaque, como quando os alunos expressam livremente suas ideias no papel enquanto ouvem uma m�sica cuja tem�tica assemelha-se � obra a ser lida. Recursos sonoros e visuais, unindo som e imagem, disponibiliza atividades, como a assist�ncia de um trecho, pelo menos, da adapta��o cinematogr�fica da obra a ser lida.

J� em Recursos corporais, predominam atividades focadas no movimento do corpo, como a brincadeira de m�mica. A categoria Recursos sonoros e corporais, por sua vez, sustenta atividades guiadas pelo som e por movimentos corporais, como a audi��o de uma m�sica complementada pela marca��o do ritmo, atrav�s da utiliza��o de uma parte do corpo. Por fim, Recursos artesanais re�ne atividades de est�mulo que envolvem a produ��o manual, como tarefas de recorte e colagem.

Quinto passo: selecionar uma atividade para a Leitura.

Definida a atividade do Est�mulo l�dico, voc� parte para a escolha da t�cnica de Leitura da obra a ser lida, que corresponde � segunda etapa do m�todo. A Base de conhecimentos oferece t�cnicas de leitura divididas nas seguintes categorias: Conta��o de hist�rias, Recita��o de poemas, Leitura de hist�rias e Leitura de poemas.

Se a obra escolhida pertence aos g�neros narrativo, dram�tico, livro de imagem ou livro-jogo, as categoriais dispon�veis s�o a Conta��o de hist�rias e a Leitura de hist�rias. Conta��o de hist�rias abarca diferentes atividades relacionadas � a��o de contar uma hist�ria, como a conta��o sem a revela��o do t�tulo, para os alunos criarem um t�tulo para a obra antes de descobrirem o original. J� Leitura de Hist�rias envolve pr�ticas leitoras variadas, como a leitura sob forma de boletim radiof�nico.

Para o g�nero po�tico, reservamos as categorias Recita��o de poemas e Leitura de poemas. Recita��o de poemas engloba t�cnicas guiadas pelo ato de recitar, como a recita��o sob forma de jogral. Leitura de poemas, por seu turno, abrange pr�ticas leitoras voltadas para a literatura em versos, como a leitura de um poema complementada pela imita��o dos sons nele presentes.

Como evidenciamos anteriormente, o conceito de narrativa, aqui representado pelo termo hist�rias, engloba mitos, lendas, f�bulas, ap�logos, contos, novelas, cr�nicas e narrativas em lenga-lenga. Estendemos o termo hist�rias de maneira a abranger tamb�m as pe�as teatrais que, na realidade, s�o narrativas criadas para serem encenadas, bem como os livros de imagem, que tamb�m s�o narrativas, por�m visuais, e os livros-jogo, ou seja, narrativas interativas. O conceito de poema, por sua vez, envolve as obras em versos, sejam elas constitu�das por poemas, poemas visuais, haicais, trava-l�nguas, acalantos, parlendas, adivinhas, jogos populares ou cantigas. � v�lido ressaltar que todas as atividades ligadas a essa segunda etapa do m�todo, da Leitura da obra liter�ria escolhida, s�o orais, n�o envolvendo produ��es no papel, pois essas �ltimas est�o reservadas para a etapa da atividade de releitura, intitulada Atividade criativa.

Sexto passo: selecionar uma atividade para a Reflex�o sobre a leitura.

A atividade seguinte a ser elaborada corresponde � etapa da Reflex�o sobre a leitura, ou seja, ao momento de incitar a interpreta��o da obra lida, atrav�s de est�mulos que motivem o leitor a relacionar os sentidos apreendidos na leitura com a sua pr�pria realidade. As atividades atreladas a esse momento de reflex�o est�o divididas em cinco categorias: Compara��o de elementos estruturais, Debate sobre elementos estruturais, Identifica��o de elementos estruturais, Reprodu��o da obra e Transforma��o da obra.

Nas tr�s primeiras categorias, est�o inclu�das atividades que destacam um ou mais elementos estruturais da obra lida, seja sob forma de debate, de compara��o ou de identifica��o. Por elementos estruturais, entendemos a abordagem de um elemento pr�prio do g�nero liter�rio da obra lida, como a personagem, o tempo, o espa�o ou a a��o numa narrativa, ou o ritmo, as estrofes ou a rima num poema. Ali tamb�m est�o inclu�dos os aspectos referentes ao g�nero liter�rio em si, ao processo criativo, ao tema da obra, bem como outras poss�veis caracter�sticas que ela venha a sustentar.

Assim, por exemplo, se deseja abordar o g�nero liter�rio da obra lida, na categoria Compara��o de elementos estruturais, voc� pode selecionar uma atividade na qual os leitores comparam o g�nero lido com outros g�neros liter�rios. J� na categoria Debate sobre elementos estruturais, pode escolher uma atividade que oportunize aos alunos o pr�prio debate sobre tal g�nero, atrav�s do qual cada um pode opinar sobre ele, seja com rela��o �s suas caracter�sticas, seja com rela��o ao interesse pelo g�nero em si. Em �ltima inst�ncia, na categoria Identifica��o de elementos estruturais, pode optar por desenvolver a reflex�o em torno da identifica��o das peculiaridades do g�nero presente no texto lido, em termos de tempo, espa�o e segmentos narrativos, personagens e suas a��es, ou mesmo relacionada ao pr�prio processo criativo ou ao tema em destaque.

J� nas duas �ltimas categorias, Reprodu��o da obra e Transforma��o da obra, voc� ir� encontrar atividades de reflex�o da obra lida ligadas, respectivamente, � sua retomada e � sua recria��o. Nesse sentido, a categoria Reprodu��o da obra agrupa atividades, como a representa��o, sob a forma de m�mica, do texto lido. Transforma��o da obra, por sua vez, disp�e de atividades, como a cria��o oral de um novo desfecho para a obra lida.

S�timo passo: selecionar a Atividade criativa.

Ap�s a escolha da atividade de Reflex�o sobre a leitura, voc� deve eleger uma atividade de releitura da obra, correspondente � etapa da Atividade criativa. Como vimos anteriormente, nessa etapa, com base no tema da obra lida, motivamos os alunos a realizarem atividades l�dicas e criativas de releitura da obra, em sua maioria textuais e individuais, n�o eliminando atividades em grupos e guiadas por outras t�cnicas al�m da escrita. Por isso, as atividades dessa etapa est�o divididas em diferentes categorias que, por sua vez, tamb�m merecem subdivis�es diante da gama oferecida.

Primeiramente, de acordo com o tema e a obra escolhidos, bem como com as atividades j� determinadas (Est�mulo l�dico, Leitura e Reflex�o sobre a leitura), escolha entre atividades criativas regidas pela escrita, que constituem a categoria Linguagens escritas, ou entre atividades criativas guiadas por outras t�cnicas, que comp�em a categoria Outras linguagens, ou ainda entre atividades criativas que envolvam a escrita relacionada a uma outra linguagem, compreendendo a categoria Mistas.

Dentro da categoria Linguagens escritas, voc� encontra quatro subcategorias:

    • produ��es narrativas, dividida em:
      • contos de fadas e elementos m�gicos;
      • estruturas;
      • personagens;
      • a��es;
      • espa�os;
      • tempos.
    • produ��es po�ticas, classificada por:
      • recursos sonoros;
      • recursos estruturais;
      • recursos tem�ticos.
    • produ��es dram�ticas
    • produ��es em outros g�neros, separada por:
      • registros;
      • descri��es;
      • di�logos;
      • cartas, di�rios e mensagens;
      • receitas;
      • not�cias, cr�nicas e entrevistas;
      • roteiros cinematogr�ficos;
      • RPG (Role Playing Game): texto-jogo.
    • produ��es livres, dividida em:
      • escolhas;
      • sorteios;
      • homenagens.

Desse modo, se escolher uma produ��o narrativa como atividade de releitura, deve ter em mente qual elemento quer enfocar: um objeto m�gico ou a pr�pria narrativa de conto de fadas, a personagem, a a��o, o espa�o ou o tempo, ou mesmo a estrutura narrativa como um todo. Nesse �ltimo caso, atividades como a cria��o de uma narrativa, valendo-se do in�cio da obra lida, ou a cria��o de uma narrativa, incluindo uma palavra sorteada da obra lida, s�o alguns exemplos.

Se a sua ideia � oferecer uma Atividade criativa, envolvendo a produ��o po�tica, tem como op��es destacar os aspectos sonoros, os aspectos estruturais ou os aspectos tem�ticos da obra lida. No primeiro caso, voc� pode, por exemplo, sugerir a cria��o de um poema, complementada pela determina��o de recursos sonoros para ritm�-lo ou music�-lo. No segundo caso, pode, por exemplo, eleger a imagem como elemento estrutural, convidando os alunos a criarem um poema visual. J� no terceiro caso, guiado pelo tema do livro, pode, por exemplo, determinar a cria��o de um poema a partir do t�tulo da obra lida.

Em produ��es dram�ticas, encontrar� atividades de releitura ligadas � cria��o de uma pe�a teatral. J� em produ��es em outros g�neros, de acordo com o seu objetivo, voc� pode eleger uma atividade de registro, como a escrita dos medos de cada um num peda�o de papel; de descri��o, como a descri��o de uma personagem ou de um espa�o previamente escolhido; de di�logos, como a cria��o de um di�logo com uma personagem da obra lida; de cartas, di�rios e mensagens, como a escrita de uma carta para uma personagem da obra lida ou a escrita de um momento marcante relacionado � obra lida sob a forma de di�rio; de receitas, como a cria��o de uma receita culin�ria relacionada � obra lida; de not�cias, cr�nicas e entrevistas, como a cria��o de uma entrevista com a personagem da obra lida; de roteiros cinematogr�ficos, envolvendo a cria��o de roteiros para o cinema; e de RPG, abarcando cria��es de textos-jogo.

Nas produ��es livres, sempre localizar� atividades regidas pela escrita, por�m livres no sentido de que o aluno decide qual o formato que ir� conduzir o seu texto (narrativa, poema, cr�nica, etc.), cabendo-nos divulgar a motiva��o, que pode ser regida por uma escolha, por um sorteio ou por uma homenagem. No primeiro caso, o aluno, por exemplo, escolhe uma palavra da obra lida e cria um texto, contendo a palavra escolhida. No segundo caso, o aluno, por exemplo, sorteia uma palavra retirada da obra lida e cria um texto, contendo a palavra sorteada. J� no terceiro caso, o aluno cria um texto para homenagear, por exemplo, algu�m especial lembrado a partir da obra lida.

A categoria Outras linguagens n�o possui subdivis�es, oferecendo atividades que n�o abrangem a escrita, mas, justamente, outras linguagens, como ilustra��o, pintura, modelagem, entre outras. A recria��o do poema lido de que mais gostou por meio de ilustra��es � um exemplo de atividade oferecida por essa categoria.

J� na categoria Mistas, voc� se depara com atividades que mesclam a escrita e outra linguagem, divididas em: hist�rias em quadrinhos, artesanatos, propagandas e composi��es e cantigas. Em hist�rias em quadrinhos, como o pr�prio nome diz, encontrar� atividades relacionadas a essa g�nero, como a cria��o de uma hist�ria em quadrinhos a partir da tem�tica da obra lida. Em artesanatos, est�o armazenadas as atividades que envolvem a escrita e uma t�cnica manual, como quando o aluno pinta livremente uma tela, painel ou cartaz, movido pelos sentimentos suscitados pela leitura, troca sua pintura com o colega e cria um texto a partir da pintura recebida. Em propagandas, s�o oferecidas atividades que remetem a essa forma de comunica��o, como a cria��o de um an�ncio publicit�rio, vendendo a obra lida. Por fim, em composi��es e cantigas, est�o relacionadas atividades que envolvem composi��es musicais, como a cria��o de uma letra musical a partir dos sentimentos suscitados pela leitura, escolhendo um ritmo para embal�-la.

Assim, tendo em foco o g�nero e o tema da obra escolhida, bem como as etapas anteriores j� selecionadas, voc� determina a atividade de releitura, ou seja, a Atividade criativa, diante de uma variedade de op��es, separada pela t�cnica empregada (escrita, outra linguagem ou mista, que envolve a ambas). Por exemplo, se a obra escolhida pertence ao g�nero po�tico e voc� focou, em especial, caracter�sticas como a rima e o ritmo, uma boa op��o de atividade de releitura estar� armazenada tanto na categoria Linguagens escritas, subcategoria produ��es po�ticas, no item recursos sonoros, quanto na categoria Mistas, item composi��es e cantigas.

Oitavo passo: selecionar uma atividade para o Desfecho l�dico.

Por fim, resta voc� escolher a atividade relativa � quinta e �ltima etapa do m�todo, denominada Desfecho l�dico. Nessa fase, como evidenciamos, os alunos d�o continuidade � atividade anterior de releitura da obra lida, socializando ludicamente suas produ��es. Por isso, eleja uma atividade que esteja alinhavada � atividade eleita na etapa anterior, ampliando o processo de releitura por parte do leitor, de maneira a torn�-lo dono de sua pr�pria interpreta��o, sem receio de divulg�-la aos colegas atrav�s da brincadeira.

Dividimos, assim, essa etapa nas seguintes categorias: Leituras, Ilustra��es, Recita��es, Jograis, Dramatiza��es, Simula��es, Artesanatos, Arquivos pessoais e Livres. Na primeira categoria, das Leituras, voc� localizar� diferentes atividades l�dicas que abarcam a apresenta��o das produ��es dos alunos por meio do ato de ler, como a leitura em voz alta do texto pelo seu respectivo autor ou a leitura em voz alta do texto sorteado, devendo os colegas adivinharem o verdadeiro autor, ou mesmo a leitura em voz alta do texto criado sem a revela��o do desfecho, para os colegas imaginarem, antes do reconhecimento final.

Na categoria Ilustra��es, privilegiamos as manifesta��es visuais, sempre socializadas, como a ilustra��o do texto criado, seguida pela apresenta��o do texto para os colegas com base apenas na ilustra��o feita. Em Recita��es, as atividades oferecidas voltam-se � leitura de produ��es em versos, como a organiza��o de um sarau liter�rio, no qual cada aluno recita o poema criado. J� Jograis armazena aquelas atividades que, como indica o pr�prio t�tulo da categoria, utilizam tal t�cnica como meio de apresenta��o.

Na categoria Dramatiza��es, voc� encontra diferentes recursos dram�ticos para divulga��o das produ��es criadas, desde a m�mica, a encena��o de di�logos e o uso de fantoches, at� o emprego de t�cnicas mais elaboradas, como o teatro de sombras ou de flanela, por exemplo. Simula��es, por sua vez, re�ne atividades que recriam um outro contexto, geralmente ligado ao tema da obra lida e � atividade criativa desenvolvida. Shows musicais, programas de r�dio ou televisivos, leil�es, correios s�o alguns exemplos de situa��es que podem ser simuladas para as respectivas produ��es serem socializadas de forma l�dica, deixando os alunos confort�veis com a situa��o.

Na categoria Artesanatos, voc� tem � disposi��o atividades que requerem algum tipo de produ��o manual para tornar vi�vel a apresenta��o das produ��es realizadas. Os alunos, por exemplo, podem confeccionar uma capa de um livro de receitas para armazenar seus textos criados sob esse formato, assim como podem montar um painel com suas produ��es, ou mesmo representar seus textos atrav�s de modelagem com massa de p�o, entre outras alternativas. Em Arquivos pessoais, est�o listadas as atividades relativas �s produ��es que n�o comportam uma socializa��o, por tratarem de temas demasiado intr�nsecos, como os segredos de cada um. Nesses casos, o Desfecho l�dico relaciona-se ao armazenamento das produ��es, seja para serem levadas para casa, seja para serem guardadas na escola, podendo ser reabertas ao final do ano letivo ou de um prazo menor, previamente estabelecido, para que possam comparar seus registros no passado com o presente no qual se encontram meses depois. Na categoria Livres, est�o ainda as atividades que n�o seguem instru��es determinadas pelo professor, mas dependem da criatividade de cada um na representa��o livre de sua produ��o.

Ap�s a sele��o do Desfecho l�dico, voc� finaliza a elabora��o e a montagem de uma atividade de leitura guiada pelo m�todo Brincar de ler. Como explicamos, voc� deve criar uma atividade de leitura para cada unidade tem�tica, diante do n�mero de sess�es previstas para a aplica��o do m�todo dentro do prazo pr�-estabelecido.

Folha de rosto 1 Mapa 2 Entrada 3 Trilha 4 Atalhos para a sa�da 5 Base de conhecimentos